O desafio da transição da Reforma Tributária na gestão de carreiras

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Alessandra

Alessandra Vieira
VP Tributária do Revizia e da RVZ Consultoria

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A Reforma Tributária no Brasil representa uma das maiores transformações no sistema fiscal das últimas décadas. O período de transição para a unificação dos tributos está previsto para durar sete anos (2026-2032), com a extinção dos impostos atuais em 2033. Para empresas e profissionais da área tributária, essa mudança representa um desafio duplo: entender e se adaptar à nova legislação ao mesmo tempo em que continuam a cumprir as obrigações fiscais do regime atual.

Cada empresa terá uma realidade distinta e sua própria complexidade no processo de adaptação à reforma. O desafio operacional será significativo: grandes companhias mantêm em seu compliance atual  entre 34 mil e 44 mil horas de trabalho e avaliam  que a mudança adiciona um número relevante a essas horas anuais apenas para implementar as novas regras devido a convivência entre os regimes. Essa transição requer um planejamento minucioso, envolvendo:

  • Mapeamento dos impactos na cadeia de valor;
  • Revisão dos sistemas fiscais e contábeis;
  • Implementação de tecnologias que garantam conformidade e precisão nos cálculos;
  • Escrituração de compras e pagamentos em tempo real.
 

A tecnologia é um elemento essencial nessa equação, reduzindo margens de erro e agregando confiabilidade às informações tributárias. Para se ter uma ideia,  as empresas brasileiras chegam a gastar 43.994 horas por ano com gestão tributária, conforme indica a pesquisa “Tax do Amanhã”, produzida pela consultoria Deloitte.

Esse cenário reforça a importância de sistemas automatizados e ferramentas especializadas na otimização dessas tarefas.

O período de transição pode ser perverso com as pessoas. A transição tributária também trará uma mudança significativa nos papéis dos profissionais. Enquanto alguns serão responsáveis por manter as obrigações em dia no formato atual, que acaba em 2032, deixando de lado seus potenciais, a sua relevância e empregabilidade, outros deverão se preparar para o novo sistema, dominando tecnologias e novas dinâmicas de compliance.

Há ainda o temor de que a automação e a simplificação do sistema possam diminuir a relevância ou até mesmo a existência de algumas funções tradicionais da área fiscal. No entanto, a verdade é que a tecnologia surge como uma aliada na remodelagem das equipes, permitindo que os profissionais deixem de lado atividades operacionais repetitivas e foquem em análises estratégicas e tomadas de decisão.

Ferramentas de análise tributária possibilitam a automatização de processos, a análise de grandes volumes de dados e a geração de insights, otimizando a força de trabalho e garantindo que o capital humano seja alocado de maneira mais eficiente e inovadora.

Diante desse novo cenário, as companhias têm o desafio de apoiar seus times internos na adaptação à nova realidade. A responsabilidade social das empresas passa por oferecer capacitação e um plano de carreira para seus profissionais, assegurando que eles tenham tempo e suporte para adquirir novas competências.

Isso significa investir em treinamentos, promover a reciclagem profissional e garantir que a transição para o novo sistema tributário ocorra de maneira estruturada e com um olhar voltado para o desenvolvimento humano.

A Reforma Tributária traz um período de desafios e oportunidades. Empresas que iniciarem seu planejamento com antecedência e investirem em tecnologia e qualificação de suas equipes estarão mais bem preparadas para atravessar essa mudança com segurança e eficiência. Da mesma forma, os profissionais que enxergarem esse momento como uma oportunidade de aprendizado e especialização terão um papel essencial na construção de um novo modelo tributário no Brasil.

Fonte: Universo do Seguro.

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