Para fazer frente ao cenário adverso, instituições buscam soluções tecnológicas que agregam dados alternativos reduzem assimetria da informação
A tendência de contração do crédito tem se agravado nos últimos anos. Dados do Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC) demonstram que desde agosto de 2022, mês a mês a tendência é de queda quando o indicador é comparado com o mesmo intervalo do ano anterior.
No período analisado até maio deste ano, somente 2 meses se mostram positivos: novembro de 2022 (+20%) e outubro de 2023 (+6%). Observando um recorte mais recente, nos últimos seis meses o INDC tem registrado queda da ordem de dois dígitos, sempre na comparação anual. Em abril, o recuo foi de 12% e, em março, uma queda 26% em relação aos mesmos meses de 2023.
A oferta de recursos a empresários e pessoas físicas se tornou mais apertada por conta de fatores como juros altos e elevada inadimplência, que impactou os custos das instituições financeiras e fez com que os investimentos em publicidade se arrefecessem, impactando diretamente na demanda.
A redução do ritmo de redução da Selic para uma queda de 0,25 ponto percentual em maio, comparada a 0,50 ponto de redução nas reuniões dos últimos meses, foi mais um balde de água fria, pois sinalizou uma perspectiva de estabilização de taxas de juros em patamares mais altos.
Segundo Claudia Cisneiros, diretora executiva do Ceape Brasil, instituição especializada na concessão de microcrédito produtivo orientado, a demanda por crédito é crescente e o valor médio dos empréstimos só não registra um incremento maior por conta do conservadorismo das próprias instituições financeiras. “Buscamos evitar conceder empréstimos muito elevados e fazer com que a pessoa fique cada vez mais endividada, até porque muitos estão na informalidade e têm dificuldades em lidar com as finanças”, afirma.
Para crescer diante deste cenário a indústria de crédito precisa ir além da simples aprovação ou reprovação de contratos. É preciso adequar totalmente a oferta a cada candidato, personalizando ao máximo o produto, a taxa, o limite e outros itens, sem se esquecer da segurança na identificação dos solicitantes. Para isso, as instituições financeiras têm lançado mão da tecnologia.
Voltada para o público B2B, a solução de Módulo Crédito foi criada pela empresa especializada em auditoria e compliance fiscal Revizia e permite que as instituições financeiras tenham acesso a todas as informações da empresa solicitante do crédito em um só lugar, com um panorama detalhado dos riscos fiscais e contábeis, até análises gerenciais e financeiras completas, permitindo uma visão imediata da situação da empresa e da sua cadeia comercial.
“Em um número muito significativo de casos, as empresas buscam as instituições financeiras para solicitação de crédito com apenas um pen drive contendo informações desorganizadas e declarações cujos lastros são unicamente a assinatura de um contador. Isto exige que, para serem mais assertivos em suas decisões de conceder ou não o financiamento requisitado, os bancos, fintechs e outras instituições busquem cada vez mais tecnologias emergentes para conferir a veracidade daquelas informações de forma rápida e precisa junto aos órgãos oficiais de controle destes dados”, explica o CEO da Revizia, Vitor Alves.
Fonte: Universo do seguro